sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Envelopes Folhados de Queijo de Cabra com Doce de Cerejas, Nozes e Piripíri

Noutro dia um amigo perguntou-me o que faço ao fim de semana. Respondi que descanso, leio, faço exercício (que faço todos os dias), limpo a casa e preparo as reuniões e acções de consultoria da semana seguinte. Ao que o amigo me respondeu que tinha ficado cansado só de me ler. E eu fiquei a pensar naquilo...

Trabalhar por conta própria tem este ritmo. A cabeça está sempre ou quase sempre "ligada" a questões de trabalho. E sim, concordo, não pode ser. Ou, melhor, não deve ser. No entanto, quem trabalha por conta própria depende apenas de si e do seu trabalho para pagar contas. O ordenado só é certo no final do mês se houver clientes e vendas. Mesmo as férias também têm "sabor" diferente das que se usufruem sendo trabalhador por conta de outrem - falo por mim, claro, que já experimentei os dois lados.
É que por conta própria nunca se desliga verdadeiramente do trabalho. É um lado inevitável do empreendedorismo que só se aprende a controlar com os anos e com o crescimento sustentado das empresas e dos negócios. E convenhamos que hoje, mais do que nunca, o momento que vivemos no contexto da Covid-19 nos deixou a todos, trabalhadores por conta própria e de outrem, inseguros com o futuro da economia e com o próprio futuro. Por isso, ainda mais se "enterra" a cabeça no trabalho e nem na almofada as questões laborais nos "libertam".

Desde o confinamento que me noto num estado de espírito mais "contemplativo". Falo menos, penso mais, ando bastante mais séria e menos "ligeira", fujo da paranóia e do histerismo das notícias da Covid-19 e da programação televisiva cada vez mais fútil e pouco inteligente. Aliás, cá em casa existem duas televisões, que servem apenas como ímanes de pó. Se já consumia pouquíssima televisão, desde Março/Abril deste ano deixei por completo de a(s) ligar. Prefiro cada vez mais as notícias escritas, que confesso sigo através das redes sociais. E com isso percebo também cada vez melhor o problema (crescente) das fake news nestas redes. E do seu poder (igualmente) crescente e manipulador...

Ao longo das últimas semanas a página de Facebook deste blog foi bloqueada e depois hackeada. A justificação para o bloqueio vinda do Facebook é que alguém tinha denunciado a página por partilha de conteúdos impróprios. Depois quando questionado sobre a situação e o teor desses supostos conteúdos impróprios, obtive a resposta que a situação estava relacionada com as eleições americanas e a fake news supostamente veiculadas dali. Dezenas de mensagens para lá e para cá e uma série de dias depois obtive o controlo (temporário) da página. Veio novo bloqueio, mas agora por ter sido hackeada. A situação está em modo de resolução "pisca-pisca" e já me levou a ponderar se o melhor não será mesmo esquecer completamente o Facebook, mais as suas regras, perigos e algoritmos mutantes que levam qualquer um à loucura.
E nisto tudo, neste incessante ritmo da roda de hamster acelerada em que vivemos, volto a pensar nas redes sociais e no poder que adquiriram nas nossas vidas. Ou melhor, no poder que lhes demos. Parece que não podemos viver sem elas agora. Tornaram-se canais de ódios (zinhos e zões), de pessoas refugiadas atrás de um ecrã de computador a destilar as suas frustrações nos outros, de quem pouco ou nada conhecem e aos quais não querem sequer respeitar (basta ler-se os comentários a notícias dos media nacionais e internacionais, para percebermos isto). Por isso, já sabe, se algum dia próximo me ler, dizendo que este blog deixou de ter página de Facebook associada já sabe as razões.

Entretanto, enquanto escrevo este post, dou mais uma dentada num destes Envelopes Folhados e esqueço temporariamente as preocupações.... Do trabalho, das redes sociais e da vida. E sou feliz entre dentadas. E volto a pensar nas coisas simples, pelas quais me enamorei novamente este Verão, quando consegui parar por imposição da Covid-19 e fazer uma semana (em dias intercalados) de praia, como não conseguia fazer há 7 anos.
E dou mais uma dentada no folhado e penso na gulodice que aqui está! Na massa estaladiça e fofa, no sabor salgado do queijo de cabra a combinar divinalmente com o doce extra de cerejas da Bonne Maman, no toque crocante do miolo de noz e deste quente q.b. na ponta da língua trazido pelo piripíri inusitado. Aiiii perdição!

E quer saber? Este post já vai longo e amanhã já é fim de semana! E se não chover vou caminhar junto ao rio, que o melhor da vida está mesmo nas coisas simples que vivemos quando saímos da roda acelerada de hamster. Junta-se a mim numa caminhada e a saborear um destes envelopes gulosos?






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Nº Pessoas: 5
Tempo Prep.:  30 m.
Dificuldade: * (Fácil)
Ingr. Principal: Vários
Vegetariano: Sim (OvoLactoVeg)
Para Crianças: Sim
Tipo Prato: Aperitivos
Festividade: N/A
Cozinha: De Autor

Ingredientes:   
- 1 Queijo de Cabra curado (cilindro ou rolo de 180gr)
- 5 Quadradinhos de Massa Folhada (300 gr)
- Doce Extra de Cereja Bonne Maman q.b.
- Miolo de Noz q.b.
- 1 Ovo
- Piripíri moído q.b.

Também vai precisar de:
- Tábua de corte e faca
- Tabuleiro de forno
- Papel vegetal
- Tigela cerâmica e pincel de culinária

Preparação:  
Pré-aqueça o forno (modo de aquecimento em cima e em baixo) a 200º C (ou à temperatura indicada no pacote de massa folhada). Forre o tabuleiro de forno com uma folha de papel vegetal e reserve.
 
Tire os quadrados de massa folhada do frigorífico 5 minutos antes de usar.
Corte 5 fatias (da grossura do dedo indicador) de queijo de cabra e reserve. Reserve também 5 nozes (miolo de). Numa tigela cerâmica bata o ovo e reserve. 
 
No centro de cada quadradinho de massa folhada (mantenha o quadrado de papel vegetal na base) coloque 1 fatia de queijo de cabra, 1 colher de chá cheia de doce extra de cereja Bonne Maman e 1 noz (miolo de) inteira. Pincele as margens com o ovo batido, feche como um envelope e volte a pincelar com ovo* o topo do folhadinho, terminando com uma pitada ligeira de piripíri moído. Repita os passos anteriores para os 5 envelopes.

* Dica: Para evitar o desperdício alimentar, sugiro que use o resto do ovo batido que sobrar para uma pequena omelete.
 
Leve ao forno durante 15 a 20 minutos (ou durante o tempo indicado no pacote da massa) ou até que os envelopes estejam levemente dourados. Sirva ainda mornos e...

Bom Apetite!


https://www.instagram.com/bonnemaman_pt/

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